Em um esforço para melhorar a segurança aérea, o Aeroporto Silvio Pettirossi contratou o serviço de controle de aves para a empresa de falcoaria Raptor. Esta decisão foi tomada após um aumento notável nas colisões com pássaros com turbinas de aeronaves. Nesta nota exclusiva, contamos os detalhes sobre essas magníficas aves de rapina, suas origens, cuidados e como operam para garantir a segurança na pista.
Raúl Palacios, proprietário da Raptor, explicou os detalhes deste método eficaz e ecológico. "O principal método é a falcoaria, que envolve o uso de aves de rapina treinadas para caçar outras aves que possam representar um perigo para as aeronaves", disse Palacios. As espécies usadas incluem o Harris Miranda, o Redcrested Crest, o Shield e os falcões peregrinos, alguns dos quais são importados do Peru e da Eslováquia, enquanto outros são locais.
O processo de treinamento dessas aves varia de acordo com a espécie, mas geralmente envolve o estabelecimento de um vínculo estreito entre o falcoeiro e a ave de rapina. "O falcoeiro estabelece uma relação com o falcão ou a águia para que o aceite como companheiro de caça e responda aos seus chamados", explicou Palacios. Essa ligação é essencial para garantir que as aves treinadas respondam de forma eficaz durante as operações aeroportuárias.
Um dia típico no aeroporto inclui passeios constantes pelas pistas em um móbile, com aves de rapina prontas para serem soltas quando bandos de aves são detectados perto da pista. "Recentemente, capturamos teros e carcarás, as duas aves que tiveram mais impacto com as turbinas", explicou Palacios.
Devido aos recentes incidentes de impacto com pássaros, a administração do aeroporto contratou com urgência a empresa de Palacios para restabelecer o controle da vida selvagem. No entanto, este contrato é temporário, uma vez que em agosto será feito um concurso para adjudicar o serviço definitivamente.
Palacios destacou a importância de implementar esse tipo de serviço em todos os principais aeroportos do país.
Raúl Palacios, proprietário da Raptor. Foto: Divulgação.
Raúl Palacios, veterinário de profissão, descobriu sua paixão pela falcoaria aos 12 anos, inspirado em um livreto colecionável. "Fiquei chocado com a forma como alguém poderia ter um animal selvagem como companheiro de caça", lembrou ele. Esta paixão levou-o a dedicar-se ao treino de aves de rapina e a estabelecer a sua companhia de falcoaria.
Palacios compartilhou uma de suas experiências mais memoráveis trabalhando no aeroporto: "Ver um falcão-peregrino voar a 500 metros de altura e ouvi-lo descer é uma experiência única", disse ele. Ele acrescentou que o som do falcão descendo em alta velocidade é semelhante ao dos caças, embora em uma escala muito menor, o que ainda é surpreendente e emocionante.
Quanto à manutenção de aves de rapina, é um investimento considerável. Essas aves se alimentam de codornas, ratos e coelhos criados em fazendas e requerem cuidados constantes, incluindo recinto adequado, sombra, água e alimentos frescos. "Se eles ficarem doentes, damos remédios, antibióticos, o que precisarem", explicou Palacios, destacando o compromisso e a dedicação necessários para manter as aves em ótimas condições.
A experiência e a paixão de Raúl Palacios e sua equipe destacam a importância da falcoaria não apenas como profissão, mas como uma arte que combina a destreza humana com a natureza selvagem, fornecendo uma solução inovadora e eficaz para a segurança da aviação.
A reimplementação da falcoaria no Aeroporto Silvio Pettirossi representa um avanço na segurança aérea e também uma demonstração da eficácia dos métodos tradicionais e sustentáveis de controle da vida selvagem. Com o próximo concurso, espera-se que este serviço seja consolidado e alargado a outros aeroportos do país, garantindo voos mais seguros para todos.
Fonte: IP