O Brasil continuará sendo o maior comprador do arroz nacional considerando a demanda pelo grão daquele país após as enchentes no Rio Grande do Sul, afirmou a Federação Paraguaia do Arroz (Feparroz). Isso porque a necessidade e o preço do brasileiro fazem com que compensem as vendas.
A informação foi indicada ao La Nación/Nación Media por Reinerio Franco, vice-presidente do sindicato, que comentou que se espera um ritmo normal para este ano , que visa atender à necessidade brasileira de importar cerca de 800.000 a 1.000.000 de toneladas.
“ O Brasil vai levar todo o arroz que tiver no Paraguai, mas também do Uruguai, entre outros . O que vão fazer é trazer dos nossos países mais arroz que noutros anos costuma ir para outros destinos que não o Brasil”, afirmou.
Mencionou que geralmente as saídas costumam ser de até 81% para aquele destino e até agora este ano já se atingiu 50% ao preço de 810 dólares a tonelada, razão pela qual se prevê um bom ano para o grão nacional tanto em preços como à venda. Em volumes, até o momento estariam entre 400 mil e 500 mil toneladas para este comprador.
“Vão levar todo o nosso arroz e os concursos que estão a decorrer só podem ajudar a especular com os preços que mesmo que baixem um pouco ainda estarão bons”, disse. Por outro lado, afirmou que os demais mercados continuarão a ser atendidos e embora os preços não sejam tão bons como no Brasil, muitos destinos não serão perdidos. “O que vai ser feito é que os envios para esses mercados sejam reduzidos”, acrescentou Franco.
Segundo dados da Câmara Paraguaia dos Industriais de Arroz (Caparroz), em seu relatório de final de 2023, o mercado brasileiro ficou em primeiro lugar no ranking de embarques de arroz paraguaio. De Janeiro a Dezembro do ano passado, foram enviadas para aquele destino um total de 986.813 toneladas de casca e 336.259 toneladas de arroz polido .
Contexto
Na passada terça-feira, o governo de Lula da Silva anulou o concurso para importação de milhares de toneladas de arroz após denúncias de irregularidades e demitiu um alto funcionário ligado ao processo, segundo o portal Observador.
A compra de um milhão de toneladas de cereais no exterior foi uma das primeiras medidas anunciadas pelo presidente, em resposta às enchentes que assolaram o Rio Grande do Sul no início de maio.
O concurso realizado na passada quinta-feira atribuiu a compra do primeiro lote de cerca de 300 mil toneladas a quatro empresas , numa operação no valor de 1,3 mil milhões de reais (242 milhões de dólares). Neste sentido, Feparroz explicou que as empresas paraguaias não participarão, tendo em conta que os requisitos são muito específicos, deixando-as fora da concorrência com as empresas brasileiras.
Fonte: LN