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Itaipu Binacional

Mulher trabalha em lugares em que poucos homens chegam na usina de Itaipu

Larissa Redondo Neves, da Divisão de Obras Civis, é uma das responsáveis pela inspeção visual da barragem

Publicada em 02/10/2023 às 16:30h | Foz ao Vivo 

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Mulher trabalha em lugares em que poucos homens chegam na usina de Itaipu


A técnica de obras Larissa Redondo Neves, da Divisão de Obras Civis da Diretoria Técnica de Itaipu, trabalha em áreas restritas da usina, lugares que poucos homens conhecem. Desde agosto de 2011, ela já atuou em diferentes atividades na área, como elaboração de especificações técnicas, projetos, fiscalização de obras, mapeamento de fissuras e, atualmente, inspeção visual da barragem.

A inspeção visual é uma das atividades da área de Segurança de Barragens, cuja finalidade é monitorar a estrutura civil das barragens de concreto, de terra e de enrocamento, fazendo, assim, o acompanhamento da sua estabilidade.

“A atividade de inspeção visual engloba fazer o levantamento e o cadastro do que chamamos de 'eventos', que são alguns tipos de anomalia na estrutura (fissuras, eflorescências, percolações, armadura exposta, ruptura de concreto, entre outros) e verificar se há necessidade de intervenções/reparos no local”, explica.

Para que toda a barragem seja inspecionada, há 34 roteiros mensais que abrangem praticamente todos os blocos/estacas e galerias. Também há 22 roteiros semestrais, que são em locais mais específicos e de difícil acesso, como as calhas do Vertedouro e inspeções embarcadas (a montante e a jusante), que, particularmente, são as preferidas de Larissa, “porque exigem um procedimento específico para que aconteçam (envolvendo o Corpo de Bombeiros e a Operação) e porque são lugares a que poucos funcionários na usina têm acesso”.

 

Formação

Larissa Neves é formada em técnica em Edificações, em 1999, pelo Centro Federal de Educação Tecnológica Federal do Paraná (Cefet-PR). Já em 2004, concluiu o curso de Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Fez especialização em Gerenciamento de Obras, em 2011, pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), pouco antes de se mudar para Foz. Também concluiu especialização em Marketing (UFPR), em 2007.

Ela não se lembra, ao certo, quando decidiu optar pela área da construção civil, mas se recorda de uma situação da época da infância, quando tinha uns 10 anos de idade, que pode dar algumas pistas sobre a escolha. “Eu pulava o muro para ver a obra da construção da casa da vizinha. Ver a casa tomando forma, e como tudo era feito, me encantava. Nunca pensei em qualquer outra área de atuação.”

Neves costuma ser bastante didática para explicar a profissão para o filho Noah, de 4 anos de idade. “Eu ensino para ele que a mamãe é 'construtora', usa uniforme, botas de segurança e capacete. Quero que seja natural para ele entender que uma mulher pode trabalhar em qualquer área que quiser. Eu já o trouxe aqui na Itaipu para conhecer onde trabalho”, conta a técnica em Segurança de Barragens.

Natural de Curitiba, mudou-se para Foz do Iguaçu em 2011, para trabalhar na Itaipu. Antes de ingressar na usina, tinha atuado na elaboração de um plano diretor numa empresa particular. Foi também controladora de obras na Sanepar e trabalhou com estudo de viabilidade de usinas hidrelétricas da Copel.

 

Time de 50 homens e apenas 7 mulheres

A Divisão de Obras Civis tem um time de quase 50 homens e apenas sete mulheres, ou seja, a representação feminina chega a 14% do total do pessoal. Uma trabalha no Laboratório de Química, outra na área da Ciência da Computação e cinco com Segurança de Barragens. “Quando entrei, em 2011, éramos apenas três empregadas na Divisão”, lembra. Hoje, a equidade de gênero é uma das pautas prioritárias da atual gestão da Itaipu em consonância com as diretrizes do governo Lula.

A técnica diz não ter sentido preconceito no trabalho por parte de colegas e chefia. “Mas lembro que, quando comecei a ser fiscal de obras, havia um olhar de 'desconfiança' por parte dos contratados que eu fiscalizava, como se desconfiassem do meu conhecimento sobre o assunto ou minha capacidade de 'tocar” uma obra.” 

Em poucas semanas, isso mudou. Além de demonstrar domínio no assunto, eles percebiam que seriam muito cobrados em relação à qualidade e prazo, então começavam a se preocupar em fazer uma boa entrega, porque sabiam que não haveria pagamento se o trabalho não fosse aprovado.”

Larissa Redondo Neves diz que sempre trabalhou onde existia uma maioria masculina, mas ela nunca ligou para isso. “Quando escolhi trabalhar na construção civil, eu sabia o que poderia enfrentar, mas estava preparada. Sempre tive pais que me apoiaram e isso me fez forte para encarar qualquer desafio.”

Graças à dedicação e aos estudos, ela conquistou seu espaço. “Desafios fazem parte da construção da carreira e é assim que ela se fortalece. Sou apaixonada pelo que faço, por isso sou realizada profissionalmente e venho trabalhar feliz todos os dias”, finaliza.

Fonte: Comunicação/Itaipu




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