Segundo dados do Mapa de Empresas do governo federal, em 2023, o Brasil registrou o fechamento de 2.153.840 negócios, representando um aumento de 25,7% em relação a 2022, quando 1.712.993 empresas encerraram suas atividades. Essa média equivale a quatro empresas fechando por minuto ao longo do ano passado.
As microempresas e empresas de pequeno porte foram as mais afetadas, totalizando 2.049.622 e 49.631 encerramentos, respectivamente. No mesmo período, foram abertas 3.868.687 empresas, resultando em um saldo positivo de 1,7 milhão de empreendimentos iniciados, com 20,7 milhões ativos em 2023.
No período de janeiro a novembro de 2023, 670 empresas decretaram falência, principalmente micro e pequenos negócios. Além disso, 1,3 mil empresas entraram com pedido de recuperação judicial, destacando-se casos como o das Lojas Americanas, que teve seu pedido aprovado após acumular mais de R$ 40 bilhões em dívidas.
Diferenças Regionais e Setoriais
O estado do Mato Grosso liderou o crescimento percentual de empresas abertas, com 86 mil novos empreendimentos (alta de 6,4%). Em contrapartida, Roraima apresentou o maior percentual de empresas fechadas, com uma variação de 41,2% em relação a 2022, resultando no encerramento de 3,5 mil companhias. Maranhão (cresceu 35,3%), Rio de Janeiro (33,8%), Distrito Federal (33,5%) e Amazonas (32,8%) também registraram altos índices de fechamento.
Os setores com maior número de empresas abertas em 2023 foram preparação de documentos e serviços especializados, comércio varejista de vestuário e acessórios, promoção de vendas, cabeleireiros, manicure e pedicure.
Impacto nos Microempreendedores Individuais (MEI)
Um estudo do Sebrae sobre a taxa de sobrevivência das empresas no Brasil apontou que o Microempreendedor Individual (MEI) apresenta a maior taxa de "mortalidade" de negócios, com 29% dos empreendimentos fechados em até cinco anos. Dificuldades de acesso a crédito, menor esforço de capacitação e falta de conhecimento e experiência no ramo foram alguns dos desafios destacados.
Casos de Recuperação Judicial
Diversas empresas importantes buscaram soluções financeiras em meio à crise. A 123Milhas tentou um acordo de recuperação judicial, enquanto o Grupo Petrópolis, dono das cervejas Itaipava, Petra e Crystal, aprovou um plano com 96,4% de aprovação dos credores. A Gol, companhia aérea, teve seu pedido de recuperação judicial aceito pela Justiça de Nova York.
A situação econômica também levou o Congresso Nacional a prorrogar a desoneração da folha de pagamento até 2027. Essa medida visa beneficiar 17 setores que mais empregam, com a possibilidade de cálculo do tributo sobre a receita bruta da empresa em vez da folha de pagamento.
O cenário reflete uma crise profunda, afetando empresas de diferentes tamanhos e setores, sendo crucial adotar estratégias eficazes para impulsionar a recuperação econômica e a sobrevivência do empresariado brasileiro.
Fontte: R7